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o que será da noite? quero escrever-te dos lugares rasurados da memória, desta insónia e o corpo espantado de não sonhar. trago o sono para detrás das urzes que se incendeiam e planeio perder-me nos campos altos de onde nunca chove. o que será dos desertos? de onde bebem as bocas sujas de pássaros ao cantar, porquê ardemos de nomes? escrevo-te para esquecer tudo. e olho as paredes brancas do que um quarto nas traseiras do silêncio ainda esconde. abro as pálpebras por detrás das janelas que uma navalha de luz golpeia de veneno. sangra a demora que vai das imagens ao esquecê-las, nestas paredes brancas. o que será da noite?
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1 comentário:
são tão altas as paredes da noite
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