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passa uma gaivota e apaga o sol
ela diz,
mar-azia do ventre contraído na areia como túmulo,
ela diz,
mar-azia do ventre contraído na areia como túmulo,
pó de arroz e sal no rosto repetido na espuma,
há amar e amar sem haver um barco içado na boca que se navegue.
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Ela diz, espelho,
vitrina de algas movendo o tempo ao longo da costa,
as costas ao longo do tempo
e o corpo à saudade do mar,
[mar é morto]
das mãos escavando o sexo aquático
dos sonhos.
passa uma gaivota e apaga o sol,
ela sente,
mulher de linho que enrola as ondas num vestido dourado,
passa uma gaivota e apaga o sol,
ela sente,
mulher de linho que enrola as ondas num vestido dourado,
[r]astro de sémen,
semeando uma âncora na fragilidade dos seus seios meninos,
seios de mel mãe,
regurgitando os seixos do amor.
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Ela descalça,
os pés alvoraçados,
aves lançadas de um vôo surgindo na praia
como fragatas ao romper da manhã.
passa uma gaivota e apaga o sol,
ela diz,
e cai.
passa uma gaivota e apaga o sol,
ela diz,
e cai.
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2 comentários:
tu és um astro *
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é um navio naufragado.
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há amar e amar sim. e há quem ame beijando com as palavras.
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