vamos partir na primavera e deixar forjado aqui. um caminho é também uma espera, tão longe. levamos terra e um pouco da nossa voz, a água que sair do corpo será um rio a pernoitar sempre.
“Encontramo-nos sempre no mesmo acaso. Numa espécie de lugar.
E quando os olhos se cruzam num desafio e procuram a palavra? Que posso dizer-te? E tu, que vens de mãos no abandono e que me podes dizer tudo, nada dizes?
[Conheces algum silêncio mais alto que esta casa?]
[Ontem parei à tua porta e trazia-te flores]
É por isso que te escrevo, para que possas acontecer neste espaço em que não te reconheço. Para que seja possível veres que não existo. Sim, que não existo.
[Não sei, mas nunca chegaste a viver aqui. Eu nunca te trouxe flores.]”
*FOTO: Mohammed Salem / Reuters*
A legenda diz:
*>>> Inas Abu Maamar (36 anos) embala o corpo da sua sobrinha Saly (5 anos)
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LUZ NUM CÉU DE DIAMANTES
quando as ruas das cidades dormitório se esvaziam, os velhos tomam conta
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8 comentários:
:)
novo projecto
http://soundescapes.blogspot.com/
A partida não é um caminho fácil;
[a espera também não]
o 'sempre' soa a 'longe'
(soa a Primavera em Janeiro)
abraço
belo.
Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO
já é primavera?
(apetecia continuar a ler,
ler mais...)
abraço
Nuno, volta. :-)
"pablo neruda perguntou: pensando, enterrando lãmpadas nesta profunda solidão. Mas quem és tu, quem és?..."
eu digo: escreve.um momento.
“Encontramo-nos sempre no mesmo acaso.
Numa espécie de lugar.
E quando os olhos se cruzam num desafio e procuram a palavra? Que posso dizer-te? E tu, que vens de mãos no abandono e que me podes dizer tudo,
nada dizes?
[Conheces algum silêncio mais alto que esta casa?]
[Ontem parei à tua porta e trazia-te flores]
É por isso que te escrevo, para que possas acontecer neste espaço em que não te reconheço. Para que seja possível veres que não existo. Sim, que não existo.
[Não sei, mas nunca chegaste a viver aqui. Eu nunca te trouxe flores.]”
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