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acontece que aqui mora alguém. acontece, dizes,
Somos un sueño imposible que busca la noche,
este terceiro andar alto: é a voz que se enche negra da cidade e a cobre de mantos.
acontece que o sopro é uma milonga destas calçadas apertando-se na garganta,
quando o vento irrompe pelas cortinas.
e a luz derrubada no colo como um lugar acesso, pousada na flor do teu sexo.
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uma grafonola insiste no coração das palavras e uma guitarra dedilhando a voz,
Somos en nuestra quimera Doliente y querida Dos hojas que el viento Juntó en el otoño.
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então as bocas juntam-se em segredo
acontecendo nas línguas ao cantar de um dilúvio.
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[itálico, Somos, Chavela Vargas]
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1 comentário:
nada é impossível ao imaginário, nuno. nada te e impossível. nada!
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