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o nosso desassossego tem como militância as mãos erguidas ao alto das coisas.
é o esforço de trazê-las ao lado mais impermeável da nossa altura.
A nossa militância é:
empoleirarmo-nos da janela mais alta
que alcançamos do nosso nome para
saltar.
é o grito de lançá-lo ao lado mais profundo do nosso asfalto.
o nosso desassossego é uma mão centígrada que se enviesa
à temperatura ambiente.
que faremos quando tudo arde* e estivermos cá fora
na rua?
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* adaptação do título original de A.Lobo Antunes, Que farei quanto tudo arde?
[imagens de Pagan Poetry, Björk]
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13 comentários:
belo, nuno, belo
que faremos das cinzas e da ruína?
que faremos da rua escura e deserta?
...
abraço
p.s.
[claro que não me importo...]
pulling all the sky over him with one smile
e.e.cummings
pulling
here
alto. atíssimo. este seu som.
que de exílio não tem nada!
beijo.
louvo tanta criatividade.
ó nuno, nas que faremos também quando tudo está escandalosamente morno e a transgressão amarrads?
extraordinário salto este, de desassossego.
fugiremos para o teu exílio, nuno, naturalmente.
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indigentes, dissolvemo-nos no lado mais profundo do nosso asfalto.
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Gostei...:)
.....arder ainda mais até à combustão final do corpo...
Parabéns!
Perdi alguns amigos em momentos de desassosego.
Retirei um amigo do mar - saltou de um ponte...
Escrevi:
Na perspectiva da ponte
o pássaro solitário nunca volta...
Abraços,
Jorge ELias
Lembrei de um desses dias em que estamos em casa...e tudo ardia, colei fotografias de woodman pela parede...mas ao visitar seu blog tive o prazer de ver minha/nossa dor
traduzida, visual e literariamente
Obrigada!
simpelsmente fantástico!
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